top of page
  • Foto do escritorCaravana de Luz - FECL

Amor aos animais


Destruição necessária e destruição abusiva

734. Em seu estado atual, tem o homem direito ilimitado de destruição sobre os animais?

R: “Tal direito se acha regulado pela necessidade, que ele tem, de prover ao seu sustento e à sua segurança. O abuso jamais constitui direito.”1



Os animais são seres divinos a quem devemos oferecer nosso respeito, carinho e gratidão. Mas, buscar manter uma relação gentil e pacífica com essas criaturas vai além de tratarmos com carinho nosso bichinho de estimação, que é, sem dúvida, um dever. Foi Francisco de Assis quem nos deu uma impressionante lição de amor aos animais, plantas, forças naturais, inclusive ao Sol e à Lua, referindo-se a eles como IRMÃOS. E nós, enxergamos os animais como irmãos?


Segundo a World Animal Protection (2) (Proteção Animal Mundial), uma organização internacional dedicada à proteção dos animais, para cada pessoa no mundo existem 9 animais de fazenda, criados em um sistema que desrespeita as necessidades físicas, biológicas e psicológicas dos animais. Conforme as estimativas da instituição, 70 bilhões de animais de fazenda são criados e abatidos todos os anos no mundo, sendo que 2/3 vivem em sistemas que visam à alta produtividade e ao lucro em detrimento do bem-estar animal. Muitas dessas práticas envolvem confinamento em áreas restritas, que pouco lembram o habitat natural do animal, e superlotação.


É provável que a maioria de nós não saiba como são criados os animais de fazenda que servem de base para os produtos de origem animal que consumimos. Essa é uma informação valiosa, se melhor quisermos seguir o que determina André Luiz, na obra Conduta Espírita, no capítulo 33: Perante os animais:


“Esquivar-se de qualquer tirania sobre a vida animal, não agindo com exigências descabidas para a satisfação de caprichos alimentares nem com requintes condenáveis em pesquisas laboratoriais, restringindo-se tão somente às necessidades naturais da vida e aos impositivos justos do bem. O uso edifica, o abuso destrói.”

Temos um caminho longo a percorrer para garantirmos o respeito integral a todas as formas manifestas de vida em nosso planeta, e acreditamos que este caminho passa, impreterivelmente, pela educação das novas gerações.


Para além dessas reflexões, não podemos deixar de considerar que o Brasil ainda tem muitos desafios a superar, como o da pobreza, que coloca milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade alimentar. Mas podemos despertar nossos filhos para a realidade de que os excessos em nossa mesa, e mesmo o desperdício de alimentos, são recursos a menos que poderiam estar sendo investidos pela família no auxílio a outras, que não dispõem do necessário para manter uma dieta saudável. Todo o desperdício e desequilíbrio nos hábitos alimentares também podem impactar negativamente o meio ambiente, que sofre com as demandas sem medidas.


Quando estamos educando as novas gerações para a construção de um mundo melhor, estamos lapidando seu senso de responsabilidade com a vida em todas as suas manifestações. Assim sendo, a vida das pessoas importa, a vida dos animais importa, a vida dos ecossistemas que nos rodeiam importa, porque todas as formas de vida em nosso planeta Terra, nossa Irmã Gaia, estão intimamente ligadas em uma relação de interdependência e, nesse contexto, só poderemos prosperar e ser felizes quando respeitarmos todos os sistemas de vida e coexistirmos em harmonia.


No ambiente familiar, podemos ensinar as crianças a respeitarem os animais, estimulando-as a tratá-los como criaturas divinas que precisam de nosso carinho e proteção. Podemos ensinar nossos filhos a refletirem sobre as lições preciosas de comportamento que os animais oferecem em seu modo simples de vida. Assim, aprendendo a admirá-los, serão impelidas a respeitá-los e, inevitavelmente, a amá-los!


Neste primeiro post da série “Amor aos animais”, apresentaremos duas valiosas dicas sobre hábitos de consumo e bem-estar animal e como trabalhar essas questões junto aos nossos filhos.



DICA 1: Comece buscando informação


Como pais espíritas podemos e devemos buscar informações para melhor conduzirmos possíveis transformações em nosso ambiente familiar que, de fato, possam impactar positivamente a relação de nossos filhos, a geração futura, com a natureza e os animais.

Abaixo, relacionamos algumas fontes interessantes de informação:


Conduta Espírita – capítulos “Perante a natureza” e “Perante os animais” (3)

Ao apresentar esta obra de André Luiz, o Espírito Emmanuel explica: “Abraçando o Espiritismo, pedes, a cada passo, orientação para as atitudes que a vida te solicita”. Assim é Conduta Espírita, coletânea de mensagens que busca aconselhar sobre a forma de agir perante as múltiplas situações e opções que se apresentam na vida.




Elaborado pela World Animal Protection, este guia traz informações sobre como o nosso consumo pode contribuir para uma vida melhor para os animais. Esclarece o que é bem-estar animal, como os animais de fazenda são criados e como isso afeta as nossas vidas e, claro, o passo a passo para um consumo consciente.





O documento, elaborado pelo Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão da USP (Nace), da Faculdade de Saúde Pública (FSP), da USP, discute o que é alimentação sustentável e como as pessoas podem atingi-la. A Sustentarea surgiu de uma pesquisa científica que verificou que o consumo de carne era alto pelo brasileiro e que isso tinha um impacto na saúde e no meio ambiente. A partir daí nasceu o projeto “Segunda sem Carne na FSP”.


DICA 2: reduza o consumo de carne


Segundo o Manifesto Sustentare, estima-se que mais de 80% da população brasileira consome mais carne vermelha e processada do que a recomendação. O manifesto também alerta que o consumo exagerado desses alimentos aumenta o risco de várias doenças, incluindo câncer e doenças cardiovasculares, e que o ideal é mantermos o consumo de até 500 gramas por semana.


Avaliando essas questões, podemos repensar os hábitos alimentares de nossa família e até reduzirmos o consumo de carne com bom senso e equilíbrio. Que tal integrarmos o movimento Meatless Monday (6) ou “Segunda sem carne”? O Meatless Monday é um movimento global que incentiva as pessoas a reduzirem a carne em sua dieta para a sua saúde e a saúde do planeta. A proposta é, uma vez por semana, substituir a proteína animal por pratos vegetarianos deliciosos, nutritivos e simples. E o que não falta na internet é inspiração de receitas vegetarianas!


A educação do paladar infantil para novos sabores pode ser a base para a construção de um adulto com hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis.


Descubra como a redução do consuma de carne, principalmente vermelha (bovina e suína), pode beneficiar os seres humanos, ajudar na preservação dos recursos hídricos e combater as mudanças climáticas.




Segue sugestão de atividades com as crianças para implementar essa prática em família:



Monte o livro de receitas da “segunda sem carne”


As crianças podem customizar o livro como desejarem e até incluírem um prefácio onde a família expõe sua motivação para aderir ao movimento da “Segunda sem carne”. Incluir fotos das preparações dará um toque afetivo e pessoal à proposta! Assim, o livro de receitas também funcionaria como um álbum de memórias.


Aqui indicamos plataformas que disponibilizam receitas para substituição da proteína animal. Basta clicar!


  • PROVE (Programa de Incentivo à Proteína Vegetal): Criado com o objetivo de incentivar o consumo de leguminosas pelos brasileiros. No perfil da PROVE é possível encontrar estudos, receitas, dicas de preparação, entre outros conteúdos interessantes.


  • RECEITAS SUSTENTAREA - Núcleo de Extensão da USP sobre alimentação sustentável: No site você encontra receitas saudáveis e sustentáveis para se inspirar. Você também pode conferir na seção E-books os livros de receitas.


Cozinhe em família


Vocês podem iniciar o projeto “Segunda sem carne” como um momento especial em que todos da família se reúnem para cozinhar. Antes da refeição, procurem também o alimento espiritual, orando em agradecimento a Deus.



Aguarde o segundo post da série!




Bibliografia:


1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 125. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Questão 734.

3. VIERIRA. Waldo. Conduta Espírita. Pelo Espírito André Luiz. 15 ed. Rios de Janeiro: FEB. 1991. Cap. 33. [A1]


Posts recentes

Ver tudo
bottom of page