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  • Foto do escritorCaravana de Luz - FECL

Deus e astronomia


Conta a lenda que São Francisco de Assis teria dito a uma amendoeira:

“Irmã, fala-me de Deus.”

E a amendoeira floresceu.



Quanto de Deus podemos sentir e compreender na observação de sua Criação? Quanto tempo de nossa existência dedicamos verdadeiramente a isso? Ajudar as crianças a perceberam a assinatura divina em tudo que nos cerca é um exercício valioso que vai guiá-las na descoberta da assinatura de Deus em si mesmas para, assim, construírem uma relação profunda e verdadeira com o Pai Supremo.





É preciso resgatar com os pequenos o hábito de observar o pôr-do-sol, a lua brilhante e luminosa nas primeiras horas da noite, o céu noturno com suas estrelas que fascinam os homens de todas as épocas. Essas pequenas experiências de observação podem elevar nossas almas até Deus. Podemos mesmo sentir seu amor por todas as criaturas expresso nos espetáculos diários de beleza que a natureza oferece.


É tarefa dos pais promover uma ligação consciente de seus filhos com Deus e o estudo de qualquer campo da Ciência pode favorecer o desenvolvimento dessa espiritualidade intrínseca. A Astronomia é especialmente encantadora, porque nos aproxima da grandiosidade da Criação e da perfeição divina. Podemos estimular as crianças a integrarem seus estudos de Astronomia às reflexões sobre o Criador, explorando os segredos do Universo e sua imensidão pelas lentes do espírito imortal. As estrelas no céu noturno sempre nos inspiram a pensar nas questões filosóficas fundamentais: Como tudo surgiu? De onde viemos? Para onde vamos? Qual é o nosso propósito no Universo? Diante da grandiosidade do Universo, somos impelidos a pensar que alguma coisa nos está reservada para além do presente, para além desta vida.


Você consegue pensar no Universo como sendo uma morada elegantemente arquitetada por Deus? Você se vê como cidadão do Universo? Isso é algo para se pensar e, o que é mais desafiador ainda, INTERNALIZAR. Não somos moradores do plano físico, que é só uma das dimensões da realidade, uma passagem, uma estação. Nossa natureza não está circunscrita a um local específico e, mesmo reencarnados, podemos transitar pelo infinito universal, porque somos seres espirituais ligados à Criação de uma maneira tão sutil que só a evolução nos trará a consciência desta intimidade com o Criador e com a Criação. Nossa casa é o Universo!


A proposta deste post é oferecer ideias de como apresentar o Universo à criança de maneira transcendente para, então, ajudá-la a meditar, a partir do estudo reflexivo da Astronomia, sobre a grandiosidade divina e toda a beleza e imensidão que nos abraça. Pensamos, então, em algumas atividades para apoiá-lo neste desafio!



Relato de uma experiência


Joanne, uma aluna da quinta série do ensino fundamental, no 4º bimestre de Ciências, está se dedicando aos estudos de Astronomia. Seu livro didático aborda temas como: o Universo, as galáxias, o sistema solar, as constelações e os movimentos da Terra. Sua mãe, aproveitando a oportunidade que a pandemia trouxe às famílias para estudarem em casa, integrou os estudos escolares de Joanne aos conhecimentos da Doutrina Espírita, que traz em seu arcabouço teórico o elo necessário para compreendermos os elementos gerais do Universo - Deus, espírito e matéria - de maneira lógica, coerente e integrada ao conhecimento científico.


A compreensão das leis que regem a matéria, caso esteja dissociada da compreensão das leis que regem o princípio espiritual, deixará sempre um vácuo em nossas almas, conforme alerta Allan Kardec em “A Gênese”, no cap. IV, intitulado “Papel da Ciência na Gênese”. A mãe de Joanne acredita que pode oferecer à filha, desde cedo, conhecimentos que a poupem do vácuo do materialismo, uma vez que sua razão, ampliada pelos estudos da Ciência, não mais permite aceitar como realidade as alegorias elaboradas por muitas civilizações sobre a origem do Universo. (A Gênese, cap. IV, item 14).


Quando se estuda o que é o Universo, fica inevitável pensar na Inteligência Suprema que está por traz desta criação grandiosa. Então, mãe e filha dedicaram-se a ler juntas o capítulo “Deus” de “O Livro dos Espíritos”, anotando, a partir da leitura, alguns princípios fundamentais:


I. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

II. As provas da existência de Deus estão no axioma “não há efeito sem causa”.

a) Não se pode encontrar a causa primeira de todas as coisas nas propriedades íntimas da matéria porque mesmo essas propriedades tiveram uma causa.

b) Atribuir a origem de tudo ao “acaso” seria ilógico, porque o acaso não pode produzir efeitos inteligentes. Por trás de todo efeito inteligente, há necessariamente uma causa inteligente.

III. Julga-se a superioridade da inteligência divina pelas suas obras.

IV. Podemos ter uma ideia de Deus pelos seus atributos: eterno, imutável, imaterial, único, todo- poderoso, soberanamente justo e bom.


Na sequência, assistiram a alguns vídeos disponíveis no YouTube, os quais ajudaram Joanne a entender a grandiosidade do Universo e, consequentemente, a de seu Criador. Juntas, chegaram à conclusão de que o conhecimento sobre o que é o Universo está perfeitamente alinhado com o conhecimento doutrinário sobre Deus e seus atributos. Seguem os vídeos que Joanne e sua mãe usaram nesta jornada...










Depois dessa instigante jornada, Joanne foi convidada pela mãe a criar um texto para este blog que expressasse suas reflexões sobre o estudo de Deus e a Astronomia. Olha só o que ela produziu!


Um corpo celeste brilhante, pousado no céu, me faz lembrar da época de criança em que adultos falavam para mim, sussurrado, que quem estava nas estrelas era quem se foi. Agora que já sou mais velha, penso em Deus...


Como aquela estrela brilharia tão fortemente sem Deus? Como aquela abençoada galáxia seria tão azul e perfeita, se não Deus? Como eu teria aquela vontade enorme de tocar o céu, o topo do alto céu, se não Deus? Deus é o mais belo astro que leva e cuida da morte estrelar e vê nossos vindouros olhos voltados para a lua.


A seda preta do infinito céu me faz nela querer correr infinitamente e pular, e dançar nas suas estrelas infinitamente. Este céu do infinitamente é Deus. Deus é meu infinito espacial. Especial. Meu querido astro!


As auroras-boreais, que choram verde, azul e rosa, me encantam. A minha mão se encontra em torno da lua e meu olhar flertando o amor.


Quando a morte vier no vindouro dia distante, vou me lembrar de minha criança passada que acreditava que quando você morre vira uma estrela. Eu vou virar uma estrela. Então, ficarei com meu grande astro, que andará junto a mim por todo o infinito no tapete de seda negra. Porque só quando eu morrer é que vou descobrir a astronomia do meu Deus. Tudo isso jamais existiria se não Deus...


Joanne (11 anos)


Essa pequena poetisa mergulhou fundo em seu próprio potencial de criação e produziu lindas ilustrações digitais para seu texto, usando um aplicativo de seu tablet. A culminância deste trabalho foi o vídeo que deixamos aqui para vocês.





É realmente surpreendente a beleza com que as crianças se relacionam com Deus; como O compreendem, como sua sensibilidade infantil O alcança. Nossa tarefa como pais é a de reforçar o entendimento natural de nossos filhos sobre esse Poder Supremo, reconhecendo e apoiando essa compreensão singular.


“Este céu do infinitamente é Deus. Deus é meu infinito espacial. Especial.

Meu querido astro.”



Confira a continuação deste post clicando AQUI!



Bibliografia


1. CAVALCANTI, Sergito de Souza, Sândalo.

2. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 125.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. I, perguntas 1 a 13, Cap. II perguntas 17, 18, 35 e 36.

3. KARDEC, Allan. A Gênese. Trad. Guillon Ribeiro. 52. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2012. cap. VI.

4. FLAMMARION, Cammile. Deus na natureza. Trad. Manuel Quintão. 7ª ed. Rio de janeiro: FEB, 2010. Cap. II “O Céu”.




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